domingo, 14 de março de 2010

Celular roubado, privacidade invadida

Celular roubado, privacidade invadida
Por Allan Valin Ribeiro da Fonseca

As tecnologias usadas por celulares e smartphones atuais são muito úteis, porém mostram-se perigosas quando nas mãos de bandidos.
Há não muitos anos, celulares não eram capazes de fazer tantas coisas como são hoje. Antes você enviava mensagens e guardava números na agenda do seu “tijolo”. Hoje é possível tirar fotos, calcular uma rota via GPS, monitorar batimentos cardíacos, tudo por meio de aplicativos do iPhone. Em suma, quanto mais o tempo passa, mais os telefones de bolso se assemelham a computadores.
Assim como esses, celulares e smartphones também armazenam dados. Óbvio. Essa semelhança não para por aí pois, tal como num disco rígido, há como recuperar dados apagados pelo usuário. Em outras palavras, apagar um arquivo é impedir você mesmo de acessá-lo, mas ele continua gravado até que aquele espaço seja solicitado por outro arquivo. Portanto, mesmo com tudo apagado existe um jeito de recuperar essas informações.
Imagine o seguinte: você trocou seu aparelho e vendeu o antigo para um parente de sua namorada. Ela é extremamente ciumenta e sabe que pode descobrir tudo o que havia dentro do celular antes de você vendê-lo.
O que acontece? Ela lê mensagens apaixonadas de uma ex-namorada e começa a exigir explicações suas sobre o assunto. Não é um perigo? Então imagine se essas informações caíssem nas mãos de um bandido! Principalmente no caso de smartphones, sua vida inteira pareceria um livro aberto para o sacripanta!
Determinados aplicativos são usados para rastrear os movimentos de alguém via satélite, tal como o Latitude - da Google. Ele possibilita que você saiba onde seus amigos estão naquele mesmo instante - e vice-versa. O problema é que, mesmo desabilitando o rastreamento, o Latitude continua a registrar os lugares por onde você passa.
Ou seja, em caso de celular roubado, o meliante descobre onde você mora, estuda, trabalha e até quais caminhos você faz com mais frequência! Isso somado aos dados da agenda de compromissos pode indicar quando sua casa está vazia (e pronta para ser roubada sem problemas) e em qual horário você sai do trabalho (informação ideal para um sequestro).
Você pode não acreditar, mas você não foi a única pessoa do mundo que achou genial a ideia de guardar senhas importantes disfarçadas como contatos na agenda. Na realidade, a maioria das pessoas sequer tem a preocupação de camuflar essa informação. Por exemplo, a senha de Fulano no “Banco X” é “123456”. A agenda apresenta a entrada “BX” indicando o número “9012-3456”.

Não, destruir o chip não resolve o problema: eles podem ser reconstruídos e algumas de suas informações são recuperadas através do próprio aparelho. Se você quiser trocá-lo sem perigo é necessário reciclá-lo. Existem empresas especializadas nisso, porém as principais ficam na China e Nigéria.
Uma solução mais esperta para proteger dados confidenciais é ativar as configurações de segurança do seu celular - algo que ninguém faz. Dependendo do modelo, elas conseguem criptografar as informações e impedir sua recuperação por ladrões mais bobos. Contudo, ladrões nerds conseguem recuperá-los com facilidade, fato que levou várias empresas a pesquisar novas maneiras de criptografar informações.
Rumores dizem que a Apple talvez ponha algum tipo de identificação biométrica em futuros modelos do iPhone (leitor de impressão digital, por exemplo). No Brasil isso pode parecer exagero, mas em países do leste da África, Filipinas e Afeganistão as pessoas realizam transferências bancárias via celular - algo que está ficando comum pelo mundo.
Portanto, tome muito cuidado com as informações que você guarda no celular. Mas, principalmente, preste atenção nos aplicativos que instala, assim como nas opções apresentadas pelo seu aparelho para aumentar sua segurança - algumas empresas permitem que o usuário avise quando o celular é roubado para que seja possível bloquear as informações armazenadas.

2 comentários:

GuelRezende disse...

Oie!
Eu tinha lido essa matéria em algum lugar do metaverso ...rs! Achei bem interessante essa questão de como defender ou lidar com a privacidade.
Vou aproveitar e deixar poucas opiniões pessoais aqui.
Não acho exagero a ideia de ter um sistema de identificação biométrica em um aparelho que é a sua "segunda casa"... principalmente se esse aparelho for da Apple... hehehe! Nada da Apple é exagero!
Outras questões de segurança, são comuns a tantos outros equipamentos de uso diário atualmente; nada restrito a celulares. O mesmo cuidado, as mesmas complicações por furto, sistemas de criptogradia, enfim... tanto faz se estamos falando sobre smartphones, palms, notes, nets ou do velho PC de casa. Tudo vai depender de nossas medidas de segurança. Colocar a senha do banco anotada em forma de nº de cel é a treva! Sem comentários...rs!
Testei o latitude e não é preciso como anunciado. Encontrei erros.
Quanto ao caso da namorada que "fuxica" seu telefone ... termina com ela e parte pra outra!
Bjs

Aprendendo com as TICs disse...

Oi, Guel!
Bom "ver" você aqui outra vez. Como eu costumo dizer, segurança é fundamental e tende a se tornar um hábito, sejam em anotações em celulares ou na internet, devemos estar sempre atentos.
Obrigada pela visita e volte sempre!
Bjs
Ilza