Psicologia
Reflexões sobre a palmada
Tapinha na bunda da criança que insiste em fazer bobagem? Se for aprovado pelo Congresso Nacional, o Projeto de Lei que propõe modificações no Estatuto da Criança e do Adolescente passa a proibir que os pais utilizem o castigo físico na educação. Apesar de representar uma iniciativa positiva no combate à violência contra crianças, precisamos pensar se é este o melhor caminho a ser seguido.
Não se trata aqui de defender a palmada, os beliscões ou qualquer outro tipo de castigo. O tema sempre foi alvo de discussões e ainda hoje pais, educadores e psicólogos não são unânimes na hora de defender sua eficácia ou criticar seu uso. Sem dúvida, o diálogo e o tom de voz firme podem atingir os mesmos resultados e são muito mais saudáveis para o amadurecimento. Mas sabemos também que em algumas situações uma palmada pode ser a única forma de conter uma criança. Quando falo de palmada não me refiro à violência. Violência é agredir, é beliscar ou bater em um bebê que ainda não aprendeu o significado do não, é chegar em casa nervoso e errar na dose na hora de dar uma palmada, é usar o castigo físico como única forma de contenção. A palmada (se for usada) precisa ser educativa, deve estar associada à conversa, só pode ser utilizada na criança que sabe que está fazendo algo errado e desafia os pais, precisa ser o último recurso quando todos os outros já falharam. Como fazer essa diferenciação? Como seremos capazes de saber quando o castigo ultrapassou o limite e tornou-se violência?
Penso se o ideal não seria investir primeiramente no trabalho com os pais. Conscientizá-los da importância de ter tempo para os filhos, do afeto, da responsabilidade perante o desenvolvimento das crianças, da necessidade de ensinar valores. Educadores em geral e professores poderiam ser treinados para identificar a violência familiar e agir sobre ela. Mais do que a punição, talvez precisemos buscar a educação.
Fonte: Positivo Informática / Psicologia
sábado, 31 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Ilsa, o assunto é mesmo polêmico e sem definições muito claras acerca do que é certo e errado, em contextos específicos.
Enquanto educador, minha primeira posição é pelo diálogo permanente, pela insistência em cultivar valores, pelo despertamento da criticidade responsável, atrelada à responsabilidade solidária. É claro, meu universo é outro, meus filhos estão com 15 e 10 anos. A fase crítica já foi superada.
Ainda assim, preciso concordar que, há situações específicas em que a palmada educa, não longe da transparência do ato, não longe da insistência em discutir sobre o próprio ato.
E concordo principalmente com a necessidade de se "educar" pais, mães e educadores no sentido optarem, conscientemente, pela arte do diálogo (muito mais exigente e difícil). Trata-se de educar a inteligência emocional!
Abraços!
Acho o mesmo que você, eu postei uma matéria em meu blog/site com o título, Dizer não, não arde, e no Brasil tudo leva a projatos de lei, e eles esquecem dos projetos que lá existem por mais de 20 anos engavetado.
Abraço
Palmadas dadas pelos pais pode resolver, sim. A depender da situação.
Eu disse "palmadas". Não me refiro a espancamento, tortura, ou lesões corporais, como hematomas e fraturas. Que já são crimes previstos em lei.
A palmada dada no momento certo, serve para definir claramente um limite. Quem cresce sem aprender sobre limites, torna a vida de todos ao redor dele/dela um caos.
Postar um comentário