Pense antes de falar
Redes sociais dificultam a distinção entre pessoal e profissional e obrigam internauta a tomar cuidado com os comentários online
POR GIULIANA MIRANDA
Rio - O número cada vez maior de pessoas em redes sociais como Orkut, Twitter e Facebook tem levado as empresas a prestar mais atenção ao que seus funcionários andam dizendo na Internet. Declarações consideradas impróprias viram motivo para advertência e, em alguns casos, até demissão. No mundo das redes sociais, os limites entre o pessoal e o profissional tornam-se cada vez mais mais difíceis de distinguir.
Segundo o advogado trabalhista Ricardo Lopes, o que os profissionais dizem em suas páginas, mesmo quando estão longe do trabalho, pode ser considerado motivo para demissão. “Se o funcionário agredir a imagem e a idoneidade da empresa divulgando informações falsas, ele pode ser demitido por justa causa”, diz.
Ao contrário das conversas por e-mail e telefone, perfis em redes sociais são de acesso público. Os tribunais estão atentos a isso e é cada vez mais comum encontrar casos em que a prova principal vem de redes sociais. Recados e mensagens em comunidades do Orkut já não são novidade nos fóruns trabalhistas, que têm decidido em favor de pessoas e empresas que provem ter sido ofendidas na Internet.
O estudante de engenharia P.R.F., de 24 anos, não foi parar na Justiça, mas teve que se entender com o chefe por causa de mensagens no Facebook. Estagiário de uma empresa de construção civil, ele costumava atualizar seu perfil com críticas a colegas. Isso foi considerado impróprio pela empresa, que o chamou para uma conversa que, por pouco, não acabou em demissão. “Meu chefe não fazia parte dos meus contatos. Mesmo assim, as mensagens foram repassadas a ele” lembra o estudante.
Para não correr riscos, é preciso ficar atento às regras da empresa. Algumas têm códigos de conduta na Internet nos quais tudo o que não é permitido é cuidadosamente descrito. Leia com cuidado, porque, depois de assinado, o documento pode servir como justificativa para advertências e até demissão, explica a consultora empresarial Iêda Vecchioni Carvalho. “Há informações que são confidenciais. Mesmo que o profissional esteja envolvido, ele não pode divulgá-las para não pôr em risco o negócio”, explica a consultora.
Como a maioria das empresas não têm um código formal, o jeito é evitar polêmicas. Segundo a consultora, as empresas prestam atenção às redes sociais também durante os processos seletivos. Pesquisar os perfis de candidatos no Orkut e no Facebook já é uma rotina. “Mesmo quando se bloqueiam algumas informações, outras continuam visíveis, o que pode causar constrangimento. Por isso as pessoas devem ter mais cuidado ao expor suas opiniões”, avalia.
Pecados capitais
Os cinco pecados mais graves dos usuários de redes sociais, na opinião de especialistas em carreiras.
FALAR MAL DA EMPRESA: Muita gente insiste em usar redes sociais para desabafar quando está com raiva do chefe. Além do risco de o patrão descobrir, isso pode atrapalhar futuras oportunidades de trabalho.
FOTOS INDISCRETAS
Compartilhar os momentos de lazer não é problema, mas requer bom senso. Imagens indiscretas, com pouca roupa, ou envolvendo consumo excessivo de bebidas alcoólicas podem passar impressão negativa.
CONEXÃO NO TRABALHO
Se você passa horas jogando no Facebook ou tuitando, pode causar a impressão de estar distraído e desperdiçando seu tempo.
COMUNIDADES
Comunidades dizem muito sobre as pessoas. Participar de grupos como “odeio trabalhar” e “meu chefe é um chato” não é recomendável.
DADOS CONFIDENCIAIS
Espalhar novidades da empresa pode prejudicá-la e facilitar a concorrência. Tenha moderação ao falar de rotinas internas da firma.
Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/digital/html/2010/4/pense_antes_de_falar_75108.html
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